Em julho de 1946, militares americanos retiraram 10 mil moradores do Atol de Bikini, nas Ilhas Marshall, Micronésia, pois ali fariam testes com bombas nucleares. Enquanto alguns habitantes foram encaminhados para Chicago, nos Estados Unidos, outros foram para ilhas no sul do Pacífico, onde sofreram os efeitos colaterais da parafernália radioativa. Para que os médicos americanos pudessem examinar as pessoas, que estavam completamente nuas, já que a radiação havia destruído suas roupas, os militares usaram folhas de exemplares velhos do jornal The New York Times para cobrir pelo menos as partes íntimas dos doentes.
No mesmo período, corria na França a notícia sobre a série de detonações nucleares no Atol e sobre a lenda do jornal-lingerie no Pacífico. Foi então que o estilista Jacques Heim desenhou quatro triângulos em uma folha de papel e os costurou em fino algodão, criando assim um novo traje de banho. Parece familiar? Mas o nome de Heim se perdeu na história, eclipsado pelo estilista francês Louis Réard. Inspirado na ideia de Heim ou por um puro impulso criativo de rasgar o maiô ao meio, Réard costurou um novo traje de banho, batizado com uma das palavras mais em voga na época: Bikini.
A sociedade ficou escandalizada diante da miudeza da peça, tanto que as modelos não queriam ser fotografadas com ela. Eis que a stripper Micheline Bernardini se tornou a primeira mulher a desfilar o traje, na borda de uma piscina pública de Paris, no dia 5 de julho de 1946.
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