Bom dia boys, separei pra vocês uma entrevista que Oskar Metsavaht, dono da grife Osklen, deu ao site Uol. Ele fala sobre as tendências da próxima estação, bem como dicas para vocês. Beijão!
Oskar Metsavaht é o melhor "homem-propaganda" de sua grife, a Osklen. Ele mesmo "cool", elegante e esportista (três características do estilo da linha fashion da marca), representa o novo homem que sabe variar o feijão-com-arroz e arrisca criar um estilo próprio. Em entrevista ao UOL Estilo, ele fala de onde vem sua inspiração, dá dicas importantes para os homens se vestirem melhor, e adianta um pouco da sua coleção de Inverno 2011, que desfilará no próximo domingo (30). Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
UOL Estilo - Poderia falar um pouco sobre a parte masculina de sua coleção para o Inverno 2011?
Oskar Metsavaht - Parto de peças clássicas (para mim), como o moletom com capuz, o suéter de "cashmere" com gola em “V” e o terno de lã e os decomponho, exacerbando suas formas e os detalhes ao lado do estilo Osklen. Utilizo os tecidos mais nobres de inverno para exercitar a sofisticação e a exigência de um acabamento impecável sobre as formas propostas pelo design que criamos. Acho que é uma maneira de eu afinar mais o nosso estilo, de exercitar a mim e a minha equipe de design e de aperfeiçoar o meu ateliê.
UOL Estilo - Você é um dos responsáveis por criar o estilo descolado como o homem urbano brasileiro se veste atualmente. Muito da sua inspiração vem do Rio de Janeiro, como sua coleção para a Riachuelo, por exemplo, além de várias coleções da Osklen. Quais elementos de estilo do homem carioca, na sua opinião, fazem parte deste "lifestyle" que você ajuda a fortalecer?
Oskar Metsavaht - Não me inspiro no homem carioca, na realidade me inspiro no "mood" do Rio de Janeiro, no equilíbrio do urbano com a natureza, [na mistura] do simples com o sofisticado, na sensualidade despretensiosa do carioca. Tento criar um estilo que seja adequado a este “espírito carioca”. Como elementos de estilo, as cores, o preto do asfalto, o urbano. E o bege claro, da areia. O azul do mar e do céu. A mistura de ângulos retos da arquitetura dos prédios com as curvas das montanhas e das ilhas. O brilho do pôr do sol, através dos dourados e dos pratas do luar sobre o mar. Os verdes vêm da copa das palmeiras e coqueiros, iluminados pelas luzes brancas dos postes de luzes à noite, e os detalhes laranja e vermelhos das luzes dos carros nas avenidas. Para mim, o Rio é noite e dia. E as minhas peças têm um misto disto, não só no look, mas em uma única peça.
UOL Estilo - Um dos motivos pelos quais a Osklen se tornou um "case" de sucesso internacional foi manter acesa a chama do imaginário que os estrangeiros e outros brasileiros têm do Rio: um ar relaxado, e ao mesmo tempo "cool", o jeito de andar que se reflete nos cortes e caimentos das roupas...
Oskar Metsavaht - Há este equilíbrio: somos sexies, mas não daquela forma que Hollywood nos mostra, e também que o Mario Testino, o Bruce Webber e outros nos mostram. Acho que este sexy esta dentro de um mix nosso que eu acho o mais interessante em um homem: um misto de despretensioso, artsy, sportsysurf, que não precisa de carrões, tem um corpo saudável sem ser “malhadão”, relax ao se vestir sem estar “largadão”, tanto na praia quanto à noite. Sua sensualidade tem um quê de "healthy hedonism" (hedonismo saudável).
UOL Estilo - O que você indica para o homem que quer sair um pouco do feijão-com-arroz na hora de se vestir?
Oskar Metsavaht -Sempre falo para amigos meus mais caretas que nos vestimos muito mal, acho que [o Brasil] é das culturas masculinas mais caretas na forma de se vestir. Somos um "demodê american way" (um estilo americano demodê), e pobrinho, ainda por cima!!! O que eles [os homens brasileiros] têm que fazer é experimentar combinar as peças do próprio guarda-roupa de diferentes modos. Ficar sozinho na frente do espelho, se sentir sexy, cool, elegante. Levantar aquela gola, colocar um foulard, uma abotoadura em uma camisa diferente, vestir a camisa do smoking com aquela calca mais esporte.
Uma vez, em 1998, eu acho, fui a uma loja em Los Angeles que fazia camisas para "rock stars" e artistas de Hollywood. Experimentei algumas e achei-as bem cool misturadas ao meu estilo mais surfer. A partir daí, criei uma coleção, em 1999 (a do desfile de verão 2000), quando eu ainda não criava feminino, cujo ponto de partida era a pergunta: "why not to feel like a rock star?” ("por que não se sentir uma estrela do rock?"). Para mim, foi uma quebra de paradigma no meu modo de encarar o meu estilo e expressar isto no meu masculino para a Osklen..
P.s.: THANKS, GUEIXA!